A Justiça do Maranhão marcou para o dia 30 de janeiro o julgamento do ex-policial militar do Maranhão, Adonias Sadda, acusado de matar o médico Bruno Calaça. O ex-PM vai a júri popular em sessão realizada no Fórum de Justiça de Imperatriz, cidade a 629 km de São Luís.
O crime aconteceu no dia 26 de julho de 2021 dentro de uma boate em Imperatriz. Imagens de câmera de segurança flagraram o momento do crime. Adonias Sadda, que era soldado da PM, foi preso expulso da corporação.
O juiz Marcos Antonio Oliveira, da 2ª Vara Criminal, entendeu que o ex-policial militar matou Bruno por ‘causas banais, insignificantes, totalmente desproporcionais’ e, diante das provas, decidiu que ele irá júri popular pelo crime de homicídio qualificado, por motivo fútil e mediante emboscada.
Outros envolvidos
Além de Adonias Sadda, também respondia pela morte de Bruno Calaça, o bacharel em Direito, Ricardo Barbalho. Nas imagens que registraram a ação, ele aparece junto com o ex-PM e uma terceira pessoa, o empresário Waldex Cardoso, conversando antes dos três partirem para cima de Bruno.
Os dois suspeitos também serão julgados, entretanto, tiveram os processos desmembrados e ainda não há previsão de quando o julgamento deve ocorrer.
Ricardo também foi acusado de homicídio qualificado, por motivo fútil e mediante emboscada, pois teria instigado e participado de uma abordagem que fez contra Bruno, junto com Adonias.
Nas imagens, o médico aparece sendo revistado por Ricardo, que estaria procurando uma suposta arma (que não foi encontrada), o que levou a uma reação de Bruno, e o posterior disparo de Adonias.
Já Waldex será julgado pelo crime de favorecimento pessoal, por ter ajudado Adonias a sair do local do crime, após o disparo. Tanto Ricardo, quanto Waldex, respondem pelos crimes em liberdade.
Investigações
Em dois depoimentos à polícia, Adonias Sadda afirmou que o tiro disparado contra o médico foi acidental. Entretanto, o laudo do exame do corpo de delito feito no soldado desmentiu a versão apresentada pelo PM.
O exame foi realizado logo após o soldado da PM ter prestado um novo depoimento. O soldado disse ter sido atingido por um chute de Bruno Calaça, antes do disparo.
De acordo com a Polícia Civil, o laudo mostra que não há compatibilidade entre a lesão apresentada pela PM e o relato prestado por ele. Segundo a Delegacia de Homicídios, a versão foi confrontada com trechos do depoimento e cenas da câmera de segurança que registrou o crime.