Maranhense que está em zona de guerra em Israel busca garantias para retorno seguro ao Brasil

A maranhense Verônica Pires, secretária de Inovação e Projetos Especiais de São Luís, segue em Israel em meio à escalada de tensão no Oriente Médio. Ela e outras autoridades foram ao país para para conhecer experiências e boas práticas em inovação urbana, sustentabilidade, tecnologia e segurança pública, e agora buscam uma oportunidade segura para voltar ao Brasil.

Nesta segunda-feira (16), uma comitiva de políticos brasileiros deixou Israel e foi à Jordânia, por uma fronteira terrestre entre os dois países, de ônibus. Segundo apurou a GloboNews, a previsão é que eles embarquem rumo ao Brasil em um jato particular, organizado pelo prefeito de Belo Horizonte.

No entanto, Verônica afirmou que achou a ideia de sair de Israel por conta própria, e de ônibus, muito arriscada e prefere aguardar que a embaixada israelense garanta as condições ideais para a volta ao Brasil.

“Eu vim com todos os recursos pagos pelo governo israelense e só acho justo sair quando a embaixada deles me der todas as garantias de um retorno seguro. Aguardamos até vir outro alerta dizendo que podemos sair”, declarou Verônica.

Além da maranhense, representantes de pelo menos seis estados e do Distrito Federal ficaram na região de Beit Berl, em Israel, sob a proteção de uma espécie de bunker.

“Quando soa o alarme, descemos imediatamente com uma mochila pronta, contendo água e remédios, e aguardamos cerca de 10 minutos até ser seguro retornar”, explicou a secretária. Verônica contou que o grupo ouviu os sons das intercepções dos mísseis, mas não houve impacto na região onde estão hospedados, a cerca de uma hora de Tel Aviv.

Secretária foi a Israel para capacitação

De acordo com a Secretaria de Inovação e Projetos Especiais de São Luís, a viagem de Verônica ocorreu no âmbito do programa “Viagem de Estudos a Israel”, promovido pela Agência Israelense de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento – MASHAV, com apoio do Instituto Internacional de Liderança – Histadrut.

A agenda incluiu capacitações, visitas técnicas e participação na feira internacional Muni Expo Israel 2025. Todas as despesas da missão – incluindo curso, passagens aéreas internacionais, hospedagem em quarto individual com pensão completa, seguro médico, transporte terrestre e visitas técnicas – são integralmente custeadas pelo governo de Israel, por meio da MASHAV.

Porém, desde a noite de quinta-feira (12), Verônica e outras autoridades tiveram que buscar abrigo em áreas protegidas após alertas de segurança, por conta de ataques vindos do Irã. O espaço aéreo israelense foi fechado, incluindo para voos comerciais.

Israel x Irã: como o conflito evoluiu até o ponto mais tenso

 

Os eventos começaram em abril de 2024, quando Israel bombardeou a embaixada do Irã na Síria. Depois disso, Israel executou o líder do Hezbollah, provocando uma resposta do regime iraniano que, em outubro do ano passado, lançou mais de 200 mísseis sobre o território de Israel.

A escalada da tensão volta a acontecer, dessa vez motivada pelo fortalecimento do arsenal nuclear por parte do Irã, segundo Israel.

O país prometeu aumentar “significativamente” sua produção de urânio enriquecido. O anúncio aconteceu logo após um conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão regulador de energia nuclear da ONU, adotar uma resolução que condena o Irã e o acusa de violar obrigações de não proliferação nuclear pela primeira vez em quase 20 anos.

O ataque de Israel, como retaliação às movimentações nucleares, já era iminente.

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